Mulher estava grávida de três meses quando foi pontapeada na barriga. Está em casa-abrigo
"Massacrada
e interrogada". Foi assim que uma mulher, de 38 anos, descreveu aos
técnicos da APAV a forma como era tratada quando ainda namorava com um
vigilante da mesma idade. Depois do casamento, em 1995, começaram as
agressões a murro e pontapé, dentro da casa onde viviam em Odivelas. Um
ano depois, engravidou do primeiro filho, mas ao fim de três meses de
gestação abortou, após ter levado vários pontapés na barriga.
O
processo está agora entregue ao Tribunal de Loures. Isto depois de, em
fevereiro do ano passado, a vítima ter saído de casa e participado o
caso à PSP. A mulher vive agora escondida numa casa-abrigo.
Depois
de ter sofrido o aborto, a vítima chegou a dizer que não iria ter mais
filhos. Mas como o agressor lhe prometeu que não iria maltratá-la mais, a
mulher acabou por voltar a engravidar - hoje o filho tem 10 anos.
Durante a segunda gravidez tudo correu bem. Assim que a criança nasceu,
os maus tratos voltaram. A mulher chegou mesmo a ser espancada quando
estava com o bebé ao colo.
Um dos episódios mais
dramáticos ocorreu quando o agressor tentou pegar fogo à vítima. O
vigilante encheu a boca com vodka, tendo em seguida cuspido em cima da
mulher e com um isqueiro tentou pegar-lhe fogo. Além disso, foram várias
as vezes que a vítima terá sido forçada a ter relações sexuais contra a
sua vontade.
A PSP chegou a ser chamada à moradia
várias vezes durante o ano passado, mas a mulher ficou sempre calada, a
sofrer em silêncio.
A vítima saiu de casa e está já a decorrer o processo de divórcio litigioso.
Atualmente, a mulher em questão está desempregada e só recebe o abono da criança. O marido não lhe paga a pensão de alimentos.
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