Defesa de padre tenta tirar credibilidade aos depoimentos das vítimas de abusos sexuais
A
defesa do padre Luís Miguel Mendes, acusado de abusos sexuais a seis
menores, tem tentado durante o julgamento no Tribunal do Fundão, e que
ontem teve mais uma sessão, tirar credibilidade aos depoimentos das
crianças abusadas. As testemunhas arroladas pelo vice-reitor do
Seminário Menor do Fundão tinham já, na fase da investigação, colocado
em causa os relatos das vítimas.
"São menores
rebeldes e muito mentirosos. E que têm também histórias familiares
instáveis", disse ainda no inquérito o padre José Batista Mendes,
diretor do Externato Nossa Senhora dos Remédios, na Covilhã, onde os
seis menores têm aulas.
Ao que o CM apurou, esta
tem sido a estratégia adotada pelo padre Luís Miguel Mendes, de 37 anos.
O padre, que está em prisão domiciliária, quer demonstrar ao coletivo
de juízes que foi alvo de uma armadilha por parte das crianças. O
vice-reitor do seminário apresentou quase desde o primeiro momento a
tese de que os menores andavam zangados porque aquele teria ameaçado
falar com pais de alguns alunos que tinham más notas. A Polícia
Judiciária da Guarda nunca teve, no entanto, dúvidas da veracidade dos
depoimentos das seis crianças abusadas.
O
julgamento do sacerdote encontra-se já na fase final. Ontem foram já
ouvidas também algumas testemunhas abonatórias, que terão relatado que o
padre sempre tratou bem os meninos e que mantinha um comportamento
exemplar. As alegações finais deverão decorrer antes do final do mês. O
padre, em prisão domiciliária, está acusado de 19 crimes sexuais e
arrisca a pena máxima de prisão.
Cinco das
vítimas do vice-reitor têm entre os 13 e os 15 anos e foram abusadas no
ano passado. Um sexto jovem tem hoje 21 anos e foi atacado em 2007. n
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