terça-feira, 15 de outubro de 2013

Padre acusado de abusos afirma que menores "são mentirosos"


Defesa de padre tenta tirar credibilidade aos depoimentos das vítimas de abusos sexuais

A defesa do padre Luís Miguel Mendes, acusado de abusos sexuais a seis menores, tem tentado durante o julgamento no Tribunal do Fundão, e que ontem teve mais uma sessão, tirar credibilidade aos depoimentos das crianças abusadas. As testemunhas arroladas pelo vice-reitor do Seminário Menor do Fundão tinham já, na fase da investigação, colocado em causa os relatos das vítimas.
"São menores rebeldes e muito mentirosos. E que têm também histórias familiares instáveis", disse ainda no inquérito o padre José Batista Mendes, diretor do Externato Nossa Senhora dos Remédios, na Covilhã, onde os seis menores têm aulas.
Ao que o CM apurou, esta tem sido a estratégia adotada pelo padre Luís Miguel Mendes, de 37 anos. O padre, que está em prisão domiciliária, quer demonstrar ao coletivo de juízes que foi alvo de uma armadilha por parte das crianças. O vice-reitor do seminário apresentou quase desde o primeiro momento a tese de que os menores andavam zangados porque aquele teria ameaçado falar com pais de alguns alunos que tinham más notas. A Polícia Judiciária da Guarda nunca teve, no entanto, dúvidas da veracidade dos depoimentos das seis crianças abusadas.
O julgamento do sacerdote encontra-se já na fase final. Ontem foram já ouvidas também algumas testemunhas abonatórias, que terão relatado que o padre sempre tratou bem os meninos e que mantinha um comportamento exemplar. As alegações finais deverão decorrer antes do final do mês. O padre, em prisão domiciliária, está acusado de 19 crimes sexuais e arrisca a pena máxima de prisão.
Cinco das vítimas do vice-reitor têm entre os 13 e os 15 anos e foram abusadas no ano passado. Um sexto jovem tem hoje 21 anos e foi atacado em 2007. n

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