Vítor Duarte, de 20 anos, descobriu na net que tinha ‘morrido' num acidente de automóvel.
Andreia
Pinto, de 19 anos, não ganhou para o susto quando recebeu uma mensagem
escrita no telemóvel que lhe dizia que o ex-namorado, Vítor Duarte, de
20 anos, tinha morrido num acidente de automóvel. Quem enviou a mensagem
utilizou, provavelmente, um cartão recarregável de que depressa se
livrou após a brincadeira de mau gosto. "Tentei ligar logo para o
número, mas estava desligado. Agora, nos últimos dias, já nem está
atribuído", conta Andreia Pinto ao CM.
Mas
a história da falsa morte não ficou por aqui. Pouco dado às novas
tecnologias, Vítor Duarte "só utilizava o Facebook para falar com
familiares que estão no estrangeiro" e tinha apagado recentemente a
conta na rede social. Antes disso, guardaram duas das fotos que tinha
como públicas no Facebook e, para ‘encenar' a sua morte, criaram-lhe uma
nova conta e uma página de fãs para homenagem.

Página de homenagem a Vítor Duarte, após a falsa morte
"Segundo
as autoridades, o despiste de automóvel deu-se esta madrugada, às 2h00,
e matou dois jovens de 19 e 20 anos. R. I. P. Vítor Duarte", podia-se
ler na falsa página do jovem no Facebook.
Quando
viu as páginas, Vítor nem queria acreditar. "Desatei a rir. Estava vivo e
morto ao mesmo tempo. Mas quando as pessoas me começaram a ligar
percebi que era uma situação complicada. O meu telemóvel não parou",
recorda o jovem.
Com a ajuda dos amigos, Vítor
Duarte desativou ambas as contas e poucos familiares se preocuparam com o
incidente. "Não faço a mais pequena ideia de quem possa ter sido. Nunca
tive grandes discussões com amigos", diz Vítor.
NÃO APRESENTOU QUEIXA À POLÍCIA
Apesar
do pânico que a situação causou aos seus amigos, Vítor Duarte não
envolveu as autoridades no caso. Mesmo que o tivesse feito, os
responsáveis não poderiam ser punidos.
"Usar uma
identidade alheia não constitui, só por si, uma conduta criminosa. Os
‘ladrões de identidade só serão punidos se estiverem a cometer, por
exemplo, um crime de burla, falsificação ou uso de documento de
identificação ou de viagem alheio", explica Fernanda Palma, professora
catedrática de Direito Penal.
JOVEM NÃO QUER VOLTAR A USAR UMA REDE SOCIAL
Depois
do susto, o jovem diz que não quer voltar a ter qualquer rede social e
revela que alguns amigos chegaram mesmo a apagar também as suas contas
no Facebook. "Agora só e-mail", desabafa Vítor Duarte.
Habituado
a lidar com os problemas que as redes sociais causam na vida das
pessoas, Tito Morais, fundador do site ‘MiudosSegurosNa.Net', considera a
atitude do jovem demasiado radical. "Compreende-se, mas tenho pena que
seja assim. Está-se a privar de uma série de contactos com os amigos.
Esse devia ser o castigo mínimo para quem lhe fez isso", afirma Tito
Morais.
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