PJ anunciou esta quarta-feira detenção de mulher que já se encontra em prisão preventiva.
Uma mulher de 30 anos foi detida esta semana pela
Polícia Judiciária por suspeitas de ter matado a filha mais nova, uma
bebé de três meses, com metadona, uma droga de substituição que tem um
poderoso efeito analgésico. O anúncio foi feito por aquela polícia esta
sexta-feira, adiantando a nota que a suspeita se encontra presa
preventivamente indiciada por homicídio qualificado.
O crime terá ocorrido na
noite da véspera de Natal de 2011, numa habitação de Pisões, uma
localidade próxima de Alcobaça. Na manhã do dia de Natal, a bebé foi
encontrada inanimada na casa onde o casal vivia com mais dois filhos e
uma familiar. Foi feito um pedido de socorro, mas já não foi possível
salvar a criança.
“Num primeiro momento tudo parecia apontar para
uma morte súbita, ou seja, para causas naturais”, explicou ao PÚBLICO
uma fonte ligada à investigação. Contudo, o relatório da autópsia veio
revelar que a bebé tinha elevadas quantidades de metadona no organismo e
que tinha sido essa substância a causar-lhe a morte.Face a essa revelação o Departamento de Investigação Criminal de Leiria começou uma investigação para tentar esclarecer as circunstâncias em que tinha sido administrada a metadona à bebé. Descobriu que a mãe era uma toxicodependente em recuperação que tomava diariamente metadona. Normalmente a substância era-lhe entregue e consumida no centro onde a mulher era acompanhada, mas devido ao feriado de Natal tinham-lhe sido entregues doses para vários dias.
Uma reconstituição do que se passou naquela noite, com o recurso a diversos tipos de prova, levaram a polícia a concluir que a mãe era a única que poderia ter administrado a metadona à bebé. A PJ admite que o objectivo da mulher não fosse matar a criança, mas os elementos de prova apontam para que a suspeita tivesse consciência dos perigos que a metadona representavam para a bebé e mesmo assim a tenha dado à filha.
A suspeita, desempregada e mãe de outras duas crianças pequenas, foi detida na quarta-feira, tendo no dia seguinte o Tribunal de Alcobaça determinado a sua prisão preventiva. A mulher encontra-se no estabelecimento prisional de Tires, em Cascais.
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