terça-feira, 15 de outubro de 2013

Pai matou a filha a tiro na rua em defesa da honra




Um pai matou a sua filha com três tiros de Kalashnikov, no Afeganistão. A execução aconteceu perante centenas de pessoas, depois da jovem ter fugido com um primo e, assim, ter traído a honra da família.
 

Pai matou a filha a tiro na rua em defesa da honra
Afegã totalmente coberta com uma "burka"
 
O assassinato de Halima, que teria entre 18 a 20 anos, por três disparos de Kalashnikov, ocorreu na semana passada na aldeia de Kookchaheel, na província afegã de Badghis, perante 300 a 400 pessoas. O crime foi filmado por um ativista dos direitos humanos e denunciado pela Amnistia Internacional, segundo noticia, esta sexta-feira, o jornal espanhol "El Mundo".
O marido de Halima tinha fugido para o Irão com os dois filhos e ela fugiu com um primo que, após dez dias de fuga, se arrependeu e decidiu devolver a jovem à família, segundo explicou o chefe da polícia da província de Badghis.
Um tribunal condenou Halima à morte em público, depois da queixa apresentada pelo pai, uma vez que a sharia (lei islâmica) considera o adultério um crime punido com pena de morte.
"Halima estava de joelhos e vestia uma túnica muito larga. Uma mulher fez uma oração e o pai disparou três tiros a uma distância de cinco metros", descreveu uma testemunha sob anonimato. "O irmão assistiu à morte e, em seguida, começou a chorar", acrescentou.
O primo com quem Halima fugiu continua desaparecido. Em algumas comunidades muçulmanas mais conservadoras os dois adúlteros são condenados à morte por lapidação (atingidos com pedras) em simultâneo.
Segundo ativistas de Badghis, o marido de Halima opôs-se à execução e tentou chegar à aldeia a tempo para impedir a morte da jovem. A polícia local indicou que o marido chegou dois dias depois.
Há 11 anos que o regime fundamentalista dos talibãs foi deposto no Afeganistão (1996-2001) mas há zonas onde o movimento está mais ativo. "A violência contra as mulheres ainda é endémica no país e os responsáveis raramente são levados à justiça", aponta a Amnistia Internacional.

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