terça-feira, 28 de maio de 2013

"Não há nenhum valor democrático" contra a adoção por casais homossexuais



"Não há nenhum valor democrático" contra a adoção por casais homossexuais
"A criança tem direito ao reconhecimento das figuras parentais", salientou o presidente da ILGA
 

O presidente da ILGA Portugal defendeu este sábado, em Coimbra, que "não há nenhum valor democrático que possa ser invocado" no sentido de inviabilizar a adoção de crianças por casais homossexuais.
"Não há nenhum valor democrático que possa ser invocado no sentido de agredir" os direitos de "crianças concretas", forçando-as a "uma situação em que podem ficar duplamente órfãs, de um momento para o outro, porque só uma das mães é legalmente reconhecida", sustentou Paulo Côrte-Real.
"A criança tem direito ao reconhecimento das figuras parentais", salientou o presidente da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero), que falava, ao final da tarde de hoje, em Coimbra, num debate sobre "adoção de crianças por casais homossexuais", promovido pelo movimento "Nós, Mulheres".
O esclarecimento em torno desta questão, a visibilidade das famílias naquela situação, "não pode deixar as pessoas indiferentes", pelo contrário, "só pode alargar a base de apoio" ao "reconhecimento da parentalidade das pessoas LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexual e Transgénero] em Portugal", designadamente, na Assembleia da República, sustentou, à margem do debate, em declarações à agência Lusa, Paulo Côrte-Real.
Estão em causa direitos de crianças e de famílias, sublinhou o presidente da ILGA Portugal, recordando que esta também é "uma questão de cumprimento daquilo que já é entendido pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos, como uma decorrência da própria Convenção Europeia de Direitos Humanos".
Trata-se, no fundo, da obrigação dos Estados europeus garantirem "a possibilidade de co-adoção em casais do mesmo sexo" e, além disso, "apenas de replicar aquilo que já existe em muitos países da Europa", sintetizou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário