sexta-feira, 3 de maio de 2013

Morrer devido à gravidez ou cumprir 50 anos de prisão por abortar

Dilema de Beatriz, impedida de abortar sob pena de ser acusada de homicídio agravado, levantou uma onda de indignação em El Salvador.  

A Igreja Católica, contrária ao aborto, tem muita força em El Salvador 
Uma mulher gravemente doente e grávida de 20 semanas de um feto anencefálico - sem parte do cérebro - corre risco de morte devido à proibição do aborto em El Salvador. Beatriz, que já apelou ao Tribunal Constitucional do seu país e ao Tribunal Iberoamericano de Direitos Humanos (CIDH), espera agora que o Governo abra uma exceção para que possa abortar. 
Na passada segunda-feira, o CIDH defendeu Beatriz, exigindo a El Salvador que cumpra as recomendações médicas, permitindo a intervenção que salvaria a sua vida sem qualquer penalização para as pessoas envolvidas no processo médico.

19 mulheres cumprem pena de prisão por abortar


O drama de Beatriz, 22 anos, está a abalar o país e reabriu o debate sobre a despenalização do aborto em El Salvador, país da América Central que nos anos 90 eliminou da sua legislação a opção de aborto terapêutico.
A jovem é portadora de lupus eritematoso discoíde  - doença crónica autoimune - e tem insuficiência renal grave, casos que desaconselham a gravidez. Além disso, o feto que traz no ventre tem hipótese quase nula de sobrevivência depois do parto. Os médicos que a acompanham asseguram que se não interromper a gravidez,  Beatriz vai morrer.
Em El Salvador, o aborto é proibido em qualquer circunstância. A sua prática é considerada homicídio agravado, e as mulheres podem ser penalizadas até 50 anos de prisão. Os médicos envolvidos, por sua vez, podem apanhar até 12 anos de prisão.

Conferência Episcopal está contra


O drama de Beatriz  levantou uma onda de indignação em El Salvador. Mas até vozes como a da ministra da Saúde, María Isabel Rodríguez, que pediu à Justiça uma permissão especial para que Beatriz possa abortar sem que ela ou os médicos sejam castigados, estão a ser abafadas pelas duras palavras da Conferência Episcopal de El Salvador, que se tem manifestado contra a interrupção voluntária da gravidez, defendendo que a sua prática não se justifica de todo, em qualquer situação.
Os bispos salvadorenhos acusam as organizações de mulheres e de direitos civis de "usarem" as doenças de Beatriz para "manipularem" o Governo, obrigando-o a despenalizar o aborto em determinadas circunstâncias.
Em El Salvador, 19 mulheres cumprem presentemente pena de prisão por terem abortado, revela a organização Women's Link Worldwide .

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/morrer-devido-a-gravidez-ou-cumprir-50-anos-de-prisao-por-abortar=f804051#ixzz2SFCIs0NB

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