terça-feira, 24 de setembro de 2013

"Perdi a cabeça e estrangulei-a"


João Pires confessou em tribunal que matou a mulher porque esta queria voltar ao Brasil.

"Eu não estava bem. Começámos a discutir sobre um documento e quando dei conta já estava com o atacador no pescoço da Mislene. Nunca pensei que ela morresse." Foi com estas palavras que João Pires, de 43 anos, confessou ontem no Tribunal de Vila Franca de Xira o homicídio da mulher, Mislene Franco Pires, a 7 de dezembro do ano passado – a vítima foi estrangulada com um atacador de sapato e depois fechada dentro de uma despensa.

Segundo inspetores da PJ que testemunharam ontem na primeira sessão do julgamento, a vítima, de 38 anos, brasileira, tentou resistir à morte, até porque tinha marcas dessa resistência nos dedos. E acrescentaram que "a mulher já estava morta quando foi atada nas mãos e nas pernas e levada para a despensa".

A advogada de defesa de João Pires tentou alegar inimputabilidade, mas o coletivo de juízes entendeu que "o arguido respondeu com clareza e objetividade a todas as questões e por isso não há qualquer razão para que seja considerado inimputável", disse a juíza presidente.

O casal estava casado há cinco anos e ultimamente as discussões em casa eram uma constante, sobretudo depois de João descobrir que Mislene estava a pensar regressar ao Brasil. "Eu fiquei mesmo muito chateado quando percebi que o meu dinheiro tinha desaparecido. Acho que foi ela. Depois, como eu estava de baixa pedi-lhe que levasse o meu comprovativo de baixa médica ao meu patrão e ela não levou. Perdi a cabeça e estrangulei-a", acrescentou o arguido.

Ontem foram ouvidos vários amigos e familiares de João Pires e foram ainda realizadas as alegações finais. O Ministério Público não pediu uma pena concreta mas referiu que "ficaram provados todos os factos que constavam na acusação".

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