sexta-feira, 26 de abril de 2013

A família no pós-modernismo

Métodos e atitudes prometem fazer suspirar

"Tantas curvas e eu sem travões. Deves estar cansada, passaste a noite às voltas na minha cabeça." Os piropos, atirados a preceito de tantas janelas, perderam a mística de outros tempos. Hoje, as técnicas de sedução são outras e muito mais apuradas.

Cursos de persuasão com direito a vários fascículos e DVD, manuais do sedutor, vídeos com explicações pormenorizadas de como agir e sites com métodos apregoados como "infalíveis" para conquistar o sexo feminino em apenas quinze minutos preenchem a internet e prometem fazer da mulher um livro aberto, sem qualquer segredo. Mas será que resultam?
"Não. A internet tornou-se num veículo de formação e informação, mas também de muita deformação. Através deste meio conseguimos ter acesso à informação que pretendemos, mas não nos é dada a possibilidade de separar o trigo do joio. Veicula-se informação sem discernimento científico. Meia dúzia de frases supostamente válidas em termos de aconselhamento levam o público a tomá-las como verdades inalteráveis", garante Manuel Damas, presidente do Centro Avançado de Sexualidade e Afetos (CASA).
Mas afinal, o que procuram os homens e as mulheres?
"O homem vê muitas mamas e muitas nádegas. A mulher tende a preferir homens musculados e com um pénis grande, fruto dos estereótipos da sociedade moderna, que valoriza o exterior e não o conteúdo", esclarece o especialista em educação sexual.
"Muitos dos meus pacientes dizem-me que não conseguem conceber uma relação afetiva saudável. Digo-lhes invariavelmente que isso só acontece porque estão à procura da vertente errada. Vivemos na era do plástico. Somos atraídos por relações rápidas e vazias de conteúdo. O envolvimento afetivo e o diálogo numa relação dão trabalho e implicam a queda da máscara, o que nos torna mais frágeis", refere Manuel Damas.
Com tanto método e atitude, a conquista ainda tem muito que se lhe diga. Segundo o sexólogo, "o homem português é um macho latino, um predador que vai à caça. Para ele, ser cidadão é ter muitos engates, ser fabuloso na cama, nunca ouvindo a opinião de quem já lá esteve. A mulher seduz de forma mais musical, menos agressiva e de forma mais ‘inocente’". Será a inocência a chave para a conquista? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário