terça-feira, 26 de março de 2013

Os números da violência doméstica

O número de homicídios conjugais aumentou no ano passado, apesar de terem diminuído as participações por violência doméstica, segundo dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) divulgados nesta segunda-feira.
Em 2012, ocorreram 37 homicídios conjugais, segundo as estatísticas oficiais, mais 10 casos do que no ano anterior, como adiantou o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Antero Luís, na conferência de imprensa realizada em Lisboa.
Os dados hoje revelados integram o RASI que só será divulgado na íntegra quando for entregue na Assembleia da República, o que deverá ocorrer até ao final desta semana.
No que respeita à violência doméstica, em 2012 deu-se uma diminuição de 10% dos casos participados em relação a 2011, o que representou um decréscimo de 2.896 casos.
No ano passado houve 26.084 participações de violência doméstica, o que equivale a uma média diária de 71 participações ou a uma média superior a 2.000 por mês.
Lisboa e Porto são os distritos com mais participações, acima de cinco mil cada, seguindo-se Setúbal, com 2.201.
Apesar de uma tendência de descida global, os distritos de Beja, de Santarém, de Viseu e a Região Autónoma da Madeira registaram mais participações por violência doméstica, em 2012, do que em 2011.
O distrito com maior taxa de aumento foi o de Beja (mais 26%), enquanto o decréscimo mais acentuado se deu no distrito do Porto.
Um estudo europeu revela entretanto que os serviços de apoio psicológico a mulheres vítimas de violência doméstica não são suficientemente divulgados e os próprios Estados não compreendem o impacto da intervenção, fazendo com que os serviços funcionem de forma deficiente.
A constatação é feita no projeto «Comparação Europeia: Aconselhamento de vítimas de violência doméstica», financiado pela iniciativa europeia Dafne e resultado de uma parceria transnacional entre o Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS) e as Universidades de Wolverhampton (Reino Unido) e Osnabrück (Alemanha).
O projeto teve como principais objetivos conhecer as perceções dos terapeutas e de mulheres vítimas que passaram por um processo terapêutico, sobre as principais características e resultados desse acompanhamento; e apreender o impacto das condições de financiamento nos serviços de intervenção psicológica com vítimas.
Os resultados provisórios, a que a Lusa teve acesso, vão ser apresentados nesta terça-feira no seminário «Intervenção psicológica a vítimas de violência doméstica: As perceções das vítimas e terapeutas», em Lisboa.

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