Portugal tem mais crianças nascidas fora do casamento do que Espanha
Quase 46% das crianças portuguesas nascem fora do casamento,
segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo INE. Em Espanha, a
percentagem desce para os 35,3
Os portugueses têm mais filhos fora do casamento do que os espanhóis. E vivem menos tempo.
A realidade ibérica, que o
Instituto Nacional de Estatística (INE) traduziu em números esta
segunda-feira, conclui que em 2012 a percentagem de nados-vivos fora do
casamento foi de 45,6% em Portugal contra os 35,3% de Espanha. Já a
esperança média de vida saudável aos 65 anos era de 9,2 anos para as
espanholas e de apenas 6,4 anos para as portuguesas. A diferença,
estabelecida neste caso com recurso a indicadores demográficos de 2011,
aplica-se igualmente aos homens: os espanhóis podiam contar com mais 9,7
anos de vida saudável depois dos 65 anos, enquanto para os portugueses a
esperança caía para os 7,9 anos.
Esta comparação
entre os dois países da Península Ibérica aponta também algumas
semelhanças: o casamento continua a recuar em ambos os países. Entre
2003 e 2012, a taxa de nupcialidade caiu de 5,1 casamentos por mil
pessoas para apenas 3,3, em Portugal, e de 5,0 para 3,6 casamentos por
mil pessoas em Espanha. A queda do casamento não é nova. Aliás, tem
vindo a ser exaustivamente analisada por sociólogos que atribuem o
fenómeno, não ao esmorecer da conjugalidade, mas a factores como o
declínio da autoridade religiosa, a crise, a emigração, o envelhecimento
progressivo da população e a diminuição da fecundidade. Como pano de
fundo está, concordam os sociólogos, o desligar da sexualidade do plano
conjugal, com o casamento a perder legitimidade enquanto instituição
reguladora dessa mesma conjugalidade. Dito de outro modo, as pessoas
deixaram de ter de casar para poderem viver juntas e para poderem ter
filhos.Quanto às três principais causas de morte, são as mesmas nos dois países: doenças do aparelho circulatório, tumores e doenças do aparelho respiratório.
Em 2012, o Alentejo era a região ibérica com mais idosos: 24,2% dos residentes tinham 65 ou mais anos de idade.
Portugal “exporta” mais estudantes
Noutra faixa etária, Portugal destaca-se pelo aumento da percentagem de cientistas e engenheiros com idades entre os 25 e os 64 anos: em 2003, constituíam 2,5% da população activa; em 2012, tinham aumentado para os 5,2%. Apesar disso, Espanha continua à frente, ou seja, passou de 4,6 para 5,4%, no mesmo período.
Por outro lado, a percentagem de estudantes portugueses no estrangeiro era, em 2011, mais do triplo da percentagem de espanhóis a estudar fora de fronteiras: 4,4 e 1,2%, respectivamente.
O país vizinho destaca-se ainda por conseguir “segurar” no mercado de trabalho uma percentagem muito maior dos imigrantes que acolhe. Em Espanha a população empregada em 2012 incluía 13,7% de cidadãos estrangeiros. Em Portugal os valores eram claramente inferiores: 3,4%.
Pela positiva, Portugal destaca-se por consumir mais energia renovável. Em 2011, no conjunto da energia consumida, 24,9% era de origem renovável. Em Espanha, esse valor era bastante inferior: 15,1%.
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