"Vamos mostrar dois filmes sexualmente explícitos, para além de filmes neutros, que são documentários, e onde basicamente vamos querer testar algumas hipóteses que nos podem ajudar a explicar quais são os factores que determinam a resposta sexual", informou, referindo que "o grande objectivo" deste estudo é perceber que "variáveis psicológicas" mais determinam, ou que são mais importantes, na determinação da resposta sexual em mulheres e homens".
A investigação vai recorrer-se também de um "fotopletismógrafo vaginal", ou seja, um instrumento que mede a vasocongestão e a amplitude de pulsação vaginal quando as mulheres estão a visualizar os filmes pornográficos.
Segundo Pedro Nobre, esta é a segunda fase de um estudo que já arrancou com voluntários homens entre os 18 e os 50 anos e cujo modus operandis foi idêntico ao estudo das mulheres, recorrendo a filmes de conteúdo sexual e ao "indium gallium gauge", ou seja um medidor de tumescência peniana que avalia as mudanças na circunferência peniana.
Esta primeira fase foi financiada em 80 mil euros pela FCT.
Segundo Pedro Nobre, há estudos clínicos que têm mostrado que homens e mulheres com disfunções sexuais - disfunção eréctil nos homens e perturbações do desejo, excitação ou do orgasmo nas mulheres -, se explicam, de forma significativa, por causa de factores psicológicos, designadamente as crenças sexuais.
As crenças são uma das variáveis mais estudadas e o resultado de algumas experiências em laboratório mostram que as "mulheres e os homens que têm problemas sexuais têm crenças disfuncionais, ou seja, têm ideias sobre a sexualidade que são muitas vezes inadequadas, irrealistas, erradas, mas que não deixam de acreditar nelas e que por outro lado são muitas vezes crenças que predispõem o desenvolvimento de problemas sexuais", afirmou o especialista, acrescentando que "quem tem mais crenças está mais em risco".
O estudo "Preditores da resposta sexual feminina", arranca este mês e conta para já com 30 mulheres voluntárias, maioritariamente jovens universitárias.
O SexLab está actualmente a angariar voluntárias entre os 18 e os 40 anos para participarem no novo estudo, e as voluntárias ganham, cada uma, 30 euros em vales de compras numa multinacional.
Lusa/SOL
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