Mais de 125 milhões de meninas e mulheres que vivem em 29 países do continente africano e no Médio Oriente foram vítimas de mutilação genital, uma prática quase universal em países como a Somália, a Guiné-Conakri, o Djibouti e o Egipto. Estas foram as conclusões de um estudo levado a cabo pela UNICEF sobre a mutilação genital feminina que alerta que nos próximos 10 anos mais 30 milhões de meninas e mulheres estão em risco de ser vítimas deste tipo de violência.
Encarado como um rito de passagem para a idade adulta e muito ligado a crenças tribais - praticada independentemente da religião professada -, a mutilação genital feminina define-se como "todas as intervenções que envolvam a remoção parcial ou total dos órgãos genitais femininos externos ou que provoquem lesões nos órgãos genitais femininos por razões não médicas", segundo a definição da UNICEF. Em 2013, num estudo levado a cabo nos 29 países com maior prevalência desta prática, a UNICEF aponta que 125 milhões de meninas e mulheres sofreram mutilação dos órgãos genitais e que grande parte destes procedimentos aconteceu antes das meninas terem cinco anos de idade.
Somália, Guiné-Conacri, Djibouti e Egipto apresentam o maior nível de incidência desta prática. No Egipto, 27,2 milhões de mulheres foram sujeitas à mutilação genital e 77% desses procedimentos foram levados a cabo por profissionais de saúde. Noutros países, como a Somália - onde a prevalência da MGF é de 98% -, estes rituais são praticados por curandeiras tradicionais. Neste país, em 83% dos casos os genitais femininos são completamente cosidos após a mutilação. Apesar de nos 29 países analisados (ver gráfico em baixo) haver prevalência da MGF, esta prática não se confina a fronteiras físicas, já que muitas vezes tem a ver primordialmente com as tribos e etnias que as praticam.
As principais razões para a continuação desta prática são, segundo este estudo, a aceitação social, o prestígio das famílias e a facilidade de arranjar casamento para as mulheres vítimas desta prática. No entanto, a mutilação genital feminina tem graves consequências físicas e psicológicas para as mulheres. Podem levar a alterações uro-ginecológicas, podendo provocar a obstrução do fluxo menstrual e incontinência urinária, podem provocar obstrução ao parto e sofrimento fetal intra-uterino, alterações sexuais, provocando dores durante o coito, e stress pós-traumático, entre outras consequências.
só 3 milhões por ano....bolas há 20 milhões de meninos a que fazem todos os anos a mesma coisa à lança ó hugo
ResponderExcluira cad anémicos?