Estado norte-americano proíbe casamentos entre pessoas do mesmo
sexo. Mas juiz decidiu reconhecer união realizada em Maryland, visto que
um dos elementos do casal está a morrer.
Um juiz do estado norte-americano do Ohio decidiu reconhecer um casamento homossexual realizado numa outra zona dos Estados Unidos onde a lei já existe, abrindo uma excepção visto que um dos elementos do casal está quase a morrer e quer garantir que um dia possam vir a ser enterrados juntos.
No Ohio o casamento entre
pessoas do mesmo sexo continua a ser impedido pela Constituição. Por
isso, James Obergefell e John Arthur, juntos há 20 anos, decidiram casar
neste mês em Maryland, conta o Washington Post.
A
decisão foi tomada depois de se saber que resta muito pouco tempo de
vida a John Arthur, a quem foi diagnosticada em 2011 uma esclerose
lateral amiotrófica – uma doença degenerativa em que as células do
sistema nervoso vão morrendo e o doente vai perdendo o movimento dos
músculos.Há apenas um mês, com a ajuda financeira de familiares e amigos, o casal viu a sua relação juridicamente reconhecida no aeroporto de Maryland, para onde viajaram num jacto particular com todo o equipamento médico necessário, visto que Arthur tem estado internado. O casamento foi celebrado no aeroporto e no mesmo dia regressaram ao Ohio, diz também o Washington Post.
O juiz federal Timothy Black, perante a esperança de vida de apenas algumas semanas, considerou que se justificava a abertura de uma excepção, justificando que caso o casamento não fosse reconhecido o casal veria violados alguns dos direitos previstos na Constituição dos Estados Unidos.
Além disso, segundo o magistrado, o Ohio deve reconhecer casamentos entre pessoas do mesmo sexo desde que tenham sido realizados em zonas onde são permitidos. E criticou que neste estado continuem a existir interpretações diferentes que levem a discriminações, condenando também que não se possam ainda realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Ohio.
Com a decisão judicial, John Arthur garante que o seu desejo de que um dia James Obergefell venha a ser enterrado no mesmo sítio seja concretizado. Isto porque Arthur será enterrado no jazigo da sua família mas as regras do cemitério só permitem que descendentes ou cônjuges tenham direito a serem sepultados no mesmo local.
“Este é um caso particularmente trágico e comovente”, disse Taylor, citado pela AFP, acrescentando que “mostra a todos, não apenas àqueles que são gays” o “grau de compromisso revelado por muitos casais gay e o seu desejo de tomarem conta uns dos outros nas piores alturas das suas vidas”.
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