Juiz
suspendeu pena a Adelino Águas por violência doméstica, em 2010. E o
terror continuou em casa até segunda-feira: Josefina foi morta à
catanada
Quando
Adelino Águas começou finalmente a ser julgado no Tribunal de Loures,
em 2010, por violência doméstica, Josefina Teixeira pensava que o seu
pesadelo tinha chegado ao fim. Mas não. O maridou saiu em liberdade, com
a pena de 18 meses suspensa – até que, na passada segunda-feira, a
assassinou com golpes de catana na localidade do Catujal, em Loures.
Depois
da pena suspensa aplicada pelos juízes, na sequência de queixas à
polícia, que deram origem a uma acusação do Ministério Público, o
agressor de 52 anos ficou em casa. Nunca foi detido nem sujeito a
medidas de afastamento. E o cenário de violência manteve-se – Adelino
Águas dormia com uma faca debaixo da almofada.
Da
sentença fazia parte a obrigatoriedade de tratar o alcoolismo, o que não
aconteceu. "A minha irmã continuou a ser agredida e sem esperança de
vir a ser feliz. Mesmo assim, ainda o ajudava. Tinha pena dele. Na
semana passada foi com ele ao hospital para tentar curá-lo do
alcoolismo", recordou ao CM a irmã Felicidade, de lágrimas nos olhos.
Mas
já em 2005 Josefina se queixava de maus-tratos, situação que levou o
patrão a acompanhá-la à Associação de Apoio à Vítima. De nada valeu. A
violência física e psicológica continuava em casa. Josefina Teixeira
aguentava tudo pelos filhos, de 22, 28 e 30 anos. Contactados pelo CM,
responsáveis da APAV recusaram comentar o caso.
"É
terrível viver com a ideia de que não vou ver mais a minha irmã. Ela
ajudava toda a gente. Os vizinhos adoravam-na. E não teve ajuda até ser
morta. Quando sentia que estava em apuros ela falava logo comigo. Na
segunda-feira não teve ninguém para se apoiar." Ontem ainda não se sabia
quando ocorrerá o funeral, uma vez que o corpo ainda não tinha sido
autopsiado.
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