segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Estudo liga estatuto e dinheiro a satisfação sexual em mulheres

Estudo liga estatuto e dinheiro a satisfação sexual em mulheres

Um estudo conduzido por investigadores espanhóis constatou que os rendimentos e o estatuto influenciam na satisfação sexual das mulheres. Segundo a pesquisa, quando mais dinheiro e poder elas tiveram, mais satisfatórias tendem a ser as suas relações sexuais.

O levantamento foi realizado pela Agência de Saúde Pública de Barcelona, em Espanha, a partir da análise das respostas de 10 mil pessoas a um questionário de saúde sexual do governo espanhol de 2009.
De acordo com os autores do estudo, os rendimentos e o estatuto conferem às mulheres maior independência, o que estaria intimamente ligado ao prazer sexual.
Eles dizem que o conforto sócio-económico permite uma liberdade maior ao sexo feminino para explorar as suas fantasias sexuais e ter maior controlo sobre o uso de métodos contraceptivos.
Mulheres com mais dinheiro também tendem a envolver-se menos em relações abusivas, assim como têm menos probabilidades  de sofrer violação ou agressão sexual.
Além disso, elas tendem a abandonar relações abusivas mais cedo do que mulheres mais pobres ou mesmo procurar mais rapidamente auxílio profissional ou aconselhamento, acrescentam os pesquisadores.
Segundo Dolores Ruiz, da Agência de Saúde Pública de Barcelona, responsável pelo estudo, mulheres com melhor nível sócio-económico «têm maior consciência das suas preferências e maior capacidade de desenvolver a sua sexualidade de maneira a garantir-lhes maior satisfação sexual».
Por outro lado, «pessoas mais pobres alegam ter relações sexuais menos satisfatórias, o que tem maior impacto nas mulheres especificamente, que parecem ser mais influenciadas por esses factores».
«As mulheres de nível sócio-económico mais baixo também relatam sofrer mais experiências de abuso sexual», acrescenta Ruiz.
O estudo também mostrou que as mulheres afirmaram ter relações sexuais mais prazerosas quando mantêm uma relação estável em detrimento do sexo casual.
No geral, nove entre dez homens e mulheres relataram estar satisfeitos com a sua vida sexual.
Entre os homens, 97% dos que afirmaram ter uma relação estável relataram estar satisfeitos comparado com 88% daqueles que praticavam sexo casual.
Por outro lado, 96% das mulheres com um parceiro fixo disseram estar satisfeitas com a sua vida sexual, comparada com 80% daquelas que praticavam sexo casual.
Os autores do estudo esperam que as descobertas possam levar à criação de políticas de saúde pública voltadas para o uso de contraceptivos e a redução de casos de abuso sexual entre as famílias de baixos rendimentos.
A pesquisa foi publicada na revista científica Annals of Epidemiology.

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