quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Mãe presa após tirar foto seminua com a filha

Uma mulher, na casa dos 50 anos de idade, foi detida pela polícia após tirar uma fotografia com a sua filha, de 14 anos, onde ambas surgem seminuas, numa banheira. O caso aconteceu no Missouri, Estados Unidos.

A mulher, cuja identidade não foi divulgada, pode ser condenada a um ano de prisão pelo crime de colocar em perigo o bem-estar de uma menor, escreve o site de informação brasileiro «Terra», que cita os media locais.

Na imagem, mãe e filha, adolescente, surgem numa banheira de hidromassagem exterior, cobrindo o peito. A fotografia teria sido tirada por outra filha, de 13 anos. A imagem acabou por ser divulgada através de uma aplicação de mensagens e divulgada em diversas escolas da região onde moram.

Ainda não é claro qual das adolescentes divulgou a fotografia, mas esta acabou nos telemóveis de muitas pessoas, residente no Condado de Charles, através do Snapchat.

Outro filho já terá sido ridicularizado, o liceu onde estuda, por causa da imagem.

De acordo com o procurador responsável pelo caso, Tim Lohmar, não há dúvidas de que, neste caso, «a mãe estava presente e envolvida na foto com a filha de 14 anos». Mas este vai mais longe e considera que a imagem «foi pousada e tem cariz sexual».

Já a mãe, quando foi ouvida pela polícia garantiu que «estava ciente que a fotografia tinha sido tirada e pediu, de imediato, para que esta fosse apagada». Acrescentou ainda que não pousou para a fotografia e «estava a sair da banheira».

O mistério das virgens que engravidam


Uma em cada 200 jovens norte-americanas virgens, garante que já ficou grávida

Um estudo divulgado, esta semana, pelo British Medical Journal revela que uma em cada 200 jovens norte-americanas que diz ser virgem, garante que já ficou grávida, escreve a AFP.

No estudo de longa duração, realizado entre 1995 e 2009, participaram 7.870 mulheres. A participação era confidencial. No final, 45 mulheres, 0,5% afirmou ter ficado grávida sem contato sexual a envolver penetração vaginal.

Nenhuma terá ainda referido recurso a técnicas de procriação clinicamente assistida.

Um terço destas mulheres fizeram um voto de castidade, algo comum entre os cristãos conservadores nos Estados Unidos.

As conclusões têm por base perguntas relacionadas com o histórico das gravidezes e o início das relações sexuais. Em nenhum momento terá sido colocado, de forma direta, a pergunta se eram ou não virgens, no momento em que ficaram grávidas.

De acordo com a AFP, apesar dos cuidados tomados, os investigadores admitem «falta de compreensão» em algumas perguntas. Os autores do estudo disseram ainda que também encontraram alguns «pais» virgens, por isso, o fenómeno não se limitou ao sexo feminino.

Estes resultados acabam por mostrar que não é fácil obter informações precisas sobre a vida sexual dos mais novos e que ainda há muito a fazer no âmbito da educação sexual.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Família incestuosa de 40 pessoas descoberta na Austrália


Quatro gerações de relações entre irmãos, pais e tios resultaram em várias crianças com deformações e outros problemas de saúde

Foi descoberto em Nova Gales do Sul, Austrália, aquele que pode ser o maior caso de incesto e abuso de menores de sempre registado neste país.

Quarenta pessoas, todas da mesma família, viviam num vale isolados da população mais próxima e alegadamente praticaram incesto e abuso sexual de menores durante quatro gerações.

O vale, assim como as pessoas envolvidas, não foram identificados para proteger os 12 menores encontrados.

Segundo o «Telegraph», identificados ficticiamente como a família Colt, os indivíduos eram todos familiares, à exceção de uma das crianças encontradas, e são o resultado de várias gerações incestuosas que partiu de uma relação de dois irmãos, os bisavós das crianças.

Os menores, com idades entre os 5 e os 15 anos, eram, aliás, a prova das relações incestuosas. Muitas delas apresentam vários problemas de aprendizagem, surdez e cegueira, dificuldades que levaram os agentes que descobriram o caso a realizar uma análise genética, que revelou o parentesco dos residentes do vale.

As crianças apresentavam também deformações, infeções fúngicas, problemas dentários, usavam roupas sujas e aparentavam não tomar banho. Eram poucos os que conseguiam falar corretamente, mas ainda menos os que sabiam ler, escrever ou contar. A maioria também não possuía quaisquer noções de higiene, não sabiam escovar os dentes, utilizar o papel-higiénico, ou entender o que era um banho.

As relações iam desde pai-filha, irmão-irmã, tio-sobrinha, entre outras.

A família incestuosa só foi descoberta depois de uma denúncia que alertou as autoridades para a existência de crianças no vale que não frequentavam a escola local. Quando os investigadores chegaram ao vale, depararam-se com duas caravanas, duas cabanas e várias tendas imundas, sem eletricidade, água canalizada, ou casas de banho, e onde todos residiam.

As crianças também estavam envolvidas sexualmente umas com as outras, com duas meninas, de sete e nove anos, a contarem que tinham contacto sexual com os irmãos, de 14 e 15.

Os exames genéticos revelaram que pelo menos cinco crianças eram «familiares diretos» e outras cinco «familiares muito próximos».

O caso foi descoberto há cerca de um ano, mas só agora foi divulgado pelo tribunal que entendeu que o mundo precisava de tomar conhecimento do que aconteceu.

Os responsáveis do caso voltaram dois dias depois da descoberta e levaram as 12 crianças, a 18 de julho de 2012. Desde então, já mostram algum progresso na aprendizagem e higiene.

Uma das mães mantém contacto, supervisionado, com os seus filhos, mas aparenta estar em negação da sua própria história.

Professora acusada de agredir e humilhar menino de seis anos


Agrupamento de Escolas de Silves anunciou instauração de processo disciplinar

O agrupamento de Escolas de Silves instaurou um processo disciplinar a uma professora acusada de agredir e humilhar um aluno de 6 anos, disse à agência Lusa o diretor, João Gomes, acrescentando que a docente continuará em funções.

«O processo disciplinar já foi instaurado, já há um instrutor nomeado e agora vamos aguardar pelas conclusões», afirmou o diretor do agrupamento de escola de Silves, apontando para um período de «um mês» até o processo ficar concluído.

Em causa, está uma queixa apresentada na GNR pela mãe de um aluno de 6 anos da Escola Básica 1 de Silves, na qual a professora foi acusada de ter agredido e humilhado a criança junto dos colegas, confirmou à Lusa fonte do Comando territorial de Faro dessa força de segurança.

A notícia foi esta quinta-feira avançada pelo «Correia da Manhã», que dá conta de um relato da mãe do aluno, em que a progenitora diz existir uma gravação na qual é audível a professora a bater e a humilhar a criança de seis anos.

«A professora continua em funções e o aluno foi mudado de escola para a Escola Básica 1 n.º 2 de Silves», disse ainda o diretor do agrupamento.

Questionado sobre a pena que pode ser aplicada à professora em questão, João Gomes respondeu que «isso será o instrutor que decidirá».

Menino de seis anos acusado de assédio sexual


Criança beijou mão de colega de turma e foi suspenso da escola


Um menino de 6 anos foi expulso da escola por ter beijado a mão de uma colega de turma.

«Aconteceu no clube de leitura. Estávamos todos a ler e beijei a mão dela. Eu sei que aquilo que eu fiz está errado e peço imensa desculpa», contou Hunter Yelton ao canal televisivo KRDO.

A diretora da escola qualificou o carinhoso gesto como assédio sexual e suspendeu Hunter da escola durante alguns dias.

Jennifer Saunders, mãe de Hunter, considera a posição da escola demasiada excessiva. «Eles são namoraditos. A menina estava de acordo», contou Jennifer.

«Agora o meu filho anda sempre a perguntar-me o que significa a palavra sexo. Não é uma palavra que se deveria dizer a uma criança de seis anos», acrescentou.

O caso ocorreu na cidade de Canon City, no estado de Colorado, nos Estados Unidos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Espiões vão combater pedofilia na "net secreta


Espiões das agências secretas britânica e norte-americana vão tentar infiltrar-se na chamada "dark net", as redes secretas e anónimas da internet, à procura de pedófilos.
Os governos dos dois países querem apertar o combate à partilha de pornografia infantil entre privados, conscientes que essa troca e divulgação não se faz nos palcos mais frequentados mas nos cantos mais recônditos da internet, que ficam fora dos motores de pesquisa, e vão anunciar hoje uma estratégia de cooperação para tornar essa luta mais eficaz.
Em Portugal, as chamadas "ações encobertas" no ciberespaço, nomeadamente nesta zona profunda da internet, são uma realidade. A lei nacional permite-o e os peritos do cibercrime da Polícia Judiciária (PJ) conseguem criar os seus ""ciberespiões".
Neste caso significa, no entanto, uma maior monitorização de redes que foram criadas para proteger a privacidade dos cidadãos na internet, como a Tor, que até é financiada pelo governo norte-americano.

Jovens com baixa auto-estima praticam auto-bullying na Internet para sair do anonimato


Jovens com baixa auto-estima praticam auto-bullying na Internet para sair do anonimato

Estudos norte-americanos detectaram uma tendência crescente entre jovens: a de criar identidades falsas online que são usadas para a prática de bullying cibernético contra si mesmo. Essas pesquisas constataram que parte dos casos de ataques com críticas e abusos contra uma determinada pessoa na Internet foram cometidos pela própria vítima.

O Massachusetts Agression Reduction Centre (MARC), por exemplo, entrevistou 617 estudantes e descobriu que 9% deles tinha praticado o «autobullying» anónimo. «Pouca gente imaginava que adolescentes pudessem tentar sair do anonimato dessa forma», diz a especialista em cultura jovem e tecnologia Danah Boyd, professora-assistente em redes sociais, cultura e comunicação da Universidade de Nova Iorque e uma das primeiras a chamar atenção para o fenómeno.

Um dos exemplos é o de Ellie, nome fictício para uma adolescente que começou a praticar o «cyberbullying» contra si mesma, quando tinha apenas 15 anos. A sua história veio à tona depois de ter entrado em contacto com uma ONG britânica que lida com casos de autoflagelação, a Self Harm. Ellie permitiu que o seu caso fosse relatado pela BBC.

A adolescente criou vários perfis fictícios online, que usava para publicar mensagens abusivas nas suas páginas nas redes sociais. «Os posts diziam que eu era feia, inútil, ninguém me amava...coisas que eu achava de mim mesma. Se eu visse preto no branco, vindo de outras pessoas, saberia que devia ser verdade», contou.
Outro caso semelhante foi o de Ben, de 16 anos, que também procurou a ONG para pedir ajuda. Ele publicava perguntas pessoais com o objectivo de obter respostas negativas, perguntas como «sou atraente?». As respostas abusivas reforçavam o que ele sentia. «[Isso] convencia-me de que eu era mau como pensava, que eu não estava a imaginar», disse Ben.
Segundo a directora da ONG, Rachel Welch, o problema é recente e é preocupante. «Pode não deixar lesões visíveis, mas precisa de ser reconhecido como um risco emocional real para jovens que já têm uma visão de si mesmos muito prejudicada», afirmou.

Cinco crianças por dia são vítimas de crimes sexuais em Portugal


 
 
foto DR
Cinco crianças por dia são vítimas de crimes sexuais em Portugal
As autoridades abriram 1800 inquéritos por crimes sexuais contra menores em 2012
 
As autoridades abriram 1800 inquéritos por crimes sexuais contra menores em 2012. Desde 2005, a Polícia Judiciária deteve 1121 agressores. Os dados, da Unidade de Informação de Investigação Criminal da PJ, foram divulgados num seminário sobre criminalidade sexual organizado pela Escola daquela Polícia e que juntou académicos, investigadores, magistrados e representantes de comissões e associações.
O número de casos tem-se mantido estável ao longo dos anos, apesar de cada vez haver mais respostas, quer no combate, quer no apoio às vítimas. Uma questão que para o presidente da Comissão Nacional de Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, "poderá ter a ver com a sinalização cada vez maior e a sensibilidade da comunidade".
Para o responsável, "a PJ tem feito um trabalho de grande qualidade, mas importa insistir na formação intensiva de todos os que lidam com o problema". 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Jovem tira fotos de si próprio a matar rapariga


Britânico Jamie Reynolds, de 23 anos, declara-se culpado de ter estrangulado Georgia Williams, de 17, depois de a atrair para casa dele

Um empregado de uma bomba de gasolina no Reino Unido atraiu à própria casa a filha adolescente de um detetive da polícia e tirou fotografias de si próprio a estrangulá-la até à morte. Os factos foram revelados esta terça-feira depois de o suspeito ter admitido, em tribunal, o homicídio da jovem. Georgia Williams, de 17 anos, foi sufocada até à morte depois de ter rejeitado os avanços de Jamie Reynolds, de 23, e deixado claro que não queria namorar com ele.

De acordo com o «The Telegraph», na primeira sessão do julgamento do Tribunal de Stafford, ficou a saber-se que o acusado tirou uma sequência de fotografias «antes, durante e após» o homicídio. Depois disso, o arguido levou o corpo para o Norte do País de Gales, abandonou-o na floresta e pôs-se em fuga.

Ao reconstituir os últimos passos de Georgia Williams, a polícia não só encontrou em casa do suspeito as fotografias do homicídio, como também fotos pornográficas em que Jamie Reynolds colou os rostos de outras amigas. No quarto do suspeito, as autoridades encontraram ainda um bloco-notas com fantasias sexuais que o suspeito tinha escrito sobre a vítima.

Jamie Reynolds, que inicialmente tinha negado as acusações, mudou a versão no primeiro dia do julgamento. O tribunal ouviu como Reynolds atraiu Georgia Williams a casa dele em Wellington, Telford, Shropshire, no dia 26 de maio, oferecendo-se para lhe tirar fotografias para um portfolio de moda. Mas quando a jovem lá chegou, estrangulou-a até à morte.

Na primeira sessão do julgamento ficou também a saber-se que Jamie Reynolds é viciado em pornografia extrema e fazia fotomontagens de corpos de mulheres nuas com imagens de amigas no Facebook.

Quando Georgia Williams foi dada como desaparecida, a polícia abriu uma caça ao homem em todo o país. Jamie Reynolds acabou por ser preso a 28 de maio, em Glasgow, três dias depois do desaparecimento da jovem e antes do corpo ter sido encontrado.

Jamie Reynolds arrisca agora pena de prisão perpétua. A sentença judicial vai ser lida a 19 de dezembro.

Tribunais ignoram violência doméstica nas suas decisões


A violência doméstica é ignorada pelos tribunais de família nos divórcios e regulação do poder parental, revela um relatório da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas (APMJ), que denuncia também a deficiente aplicação de medidas de coação aos agressores.
O relatório reúne as conclusões do projeto Themis, promovido pela Associação Portuguesa de Mulheres Juristas com o objetivo de dar apoio jurídico e psicológico especializado a mulheres vítimas de violência doméstica.
"Quando as mulheres se dirigem aos tribunais para tratarem do divórcio ou da regulação das responsabilidades parentais, as questões da violência doméstica são ignoradas pelos tribunais de família", disse à agência Lusa a presidente da APMJ, Maria Teresa Féria de Almeida
Segundo a presidente da APMJ, esta postura dos tribunais de família está "em discordância com a proteção que é conferida [às vítimas] pela leis penal e processual penal".
"Existe uma dissociação entre a pessoa que, sendo vítima de violência doméstica, apresenta uma queixa na polícia, recebe o estatuto de vítima e é acompanhada ao longo de todo o processo penal, e depois o processo de divórcio parece que ignora completamente este tipo de realidade", sublinhou.
Para Maria Teresa de Almeida, a violência doméstica começa logo por ser ignorada como razão para a rutura ou desavença familiar e continua a ser ignorada "aquando da regulação das responsabilidades parentais ao serem assegurados direitos de visita e, em alguns casos, até mesmo a guarda das crianças aos progenitores agressores."

Chimpanzé em busca do direito de ser pessoa jurídica


Ação em tribunal dos EUA pede «habeas corpus» para libertar primata em cativeiro

Uma organização não-governamental norte-americana, de defesa dos direitos dos animais, entrou na segunda-feira com um processo no Supremo Tribunal de Nova Iorque para que reconheça um chimpanzé como «pessoa legal». Num pedido inédito de habeas corpus para um animal não-humano, a Nonhumam Rights Project argumenta que o primata, de nome Tommy, reúne os requisitos para que lhe seja dado o direito à liberdade.

De acordo com a BBC, a interposição do processo judicial tem por objetivo libertar macacos de cativeiro. A organização pretende fazer o mesmo pedido de habeas corpus para outros três chimpanzés em cativeiro localizados no Estado de Nova Iorque. O objetivo é levá-los depois para um santuário que integra a Aliança de Santuário de Primatas Americanos.

«Pessoa» é a palavra-chave

O habeas corpus é uma figura jurídica, normalmente um direito constitucional, para assegurar que qualquer pessoa detida ilegalmente seja libertada. A palavra-chave aqui é «pessoa». Os animais não-humanos estão cada vez mais protegidos legalmente, mas o Nonhuman Rights Project quer que alguns deixem de ser considerados como coisas.

«Um ser como Tommy, que possui autonomia, auto-determinação, auto-consciência e capacidade de escolher como quer viver, deve ser reconhecido pela lei comum como "pessoa", com o direito legal à liberdade física», argumenta a ação interposta no Supremo Tribunal.

A questão, acrescenta o documento, «não é se Tommy é ou não um ser humano, e não é, mas se, tal como um ser humano, é uma "pessoa legal" perante as leis de Nova Iorque».

Se o tribunal aceitar o pedido, Tommy deixará o minúsculo cubículo onde tem vivido nos últimos anos. E ter-se-á aberto uma nova frente na evolução dos direitos dos animais. Tommy é um chimpanzé de 26 anos, enjaulado em Gloversville, no Estado de Nova Iorque.

Paralelo com os escravos do passado

Numa entrevista dada esta quarta-feira à BBC Radio 4, o jurista Steven Wise, fundador do Nonhumam Rights Project, explica que a ação judicial é o culminar de anos de trabalho e investigação em defesa dos animais. Wise traça um paralelo entre a situação de certos animais, como os grandes primatas, e a dos escravos no passado.

«Não há muito tempo, as pessoas concordavam que os escravos humanos não podiam ser pessoas legais, mas eram simplesmente propriedade dos donos», afirma.

A própria iniciativa legal agora lançada inspira-se num caso de 1772, na Inglaterra, quando um juiz aceitou um pedido de habeas corpus para um escravo foragido, que estava preso, acorrentado e pronto a ser enviado para a Jamaica para ser revendido. O juiz, Lord Mansfield, concordou com o argumento de que o escravo James Somerset não era uma «coisa» mas sim uma pessoa, e libertou-o décadas antes da abolição da escravatura na Inglaterra e nos EUA.

«A classificação de Tommy como uma "coisa legal" ao invés de uma "pessoa legal" baseia-se no objetivo ilegítimo de escravizá-lo», sustenta o pedido da Nonhumam Rights Project.

Desde 2007 que a organização tem vindo a trabalhar nos argumentos deste processo para equiparar um animal a uma pessoa. Advogados, estudantes de Direito, cientistas e outros especialistas estiveram envolvidos no trabalho. Um levantamento completo das normas e jurisprudência em cada Estado dos EUA permitiu identificar os tribunais mais recetivos a uma causa como aquela.

Só depois de escolhido o Estado em que seria interposta a ação é que se foi atrás dos animais que seriam os protagonistas. Os candidatos estavam entre os que são tidos como especialmente inteligentes, como elefantes, orcas, golfinhos ou primatas. A escolha recaiu sobre os chimpanzés, pois havia alternativas de alojamento em centros de acolhimento, caso venham a ser libertados.

Grávidas coagidas a abortar por serem portadoras do vírus da sida


Estudo revela dados preocupantes sobre discriminação nos serviços de saúde

Pelo menos cinco grávidas dizem ter sido coagidas a abortar, por parte de técnicos de saúde, por serem portadoras do vírus da sida. Os dados são revelados por um estudo levado a cabo pela Stigma Index Portugal, que inquiriu 1062 portadores do vírus VIH/Sida e que revela dados preocupantes sobre a discriminação nos serviços de saúde.

De acordo com a mesma pesquisa, cujos dados são revelados esta quinta-feira pelo jornal «Público», 45 mulheres foram pressionadas para fazer uma esterilização e 84 foram aconselhadas a não ter filhos. Os dados preocupam o coordenador do estudo e diretor do Centro Antidiscriminação (CAD), Pedro Silvério Marques. «É mais grave porque os profissionais de saúde têm a obrigação de estar mais informados», alerta.

Além destes dados, o estudo revela ainda que 8,6% dos inquiridos dizem que lhes foram recusados alguns cuidados de saúde por terem o vírus da sida. Os locais onde foram realizadas as entrevistas foram hospitais e centros hospitalares de Lisboa, Porto, Setúbal e Faro.

A pesquisa incide ainda sobre a discriminação em estabelecimentos de ensino e locais de trabalho. A maior parte dos inquiridos que se queixam de algum tipo de discriminação decidiu não se queixar. «Preferiram calar-se, ou porque não acreditam no sistema ou porque não se querem expor mais», explica Pedro Silvério Marques.

Também preocupantes são os dados sobre discriminação no seio familiar e da comunidade. «Há pessoas que são postas na rua pela família, há familiares que se recusam a sentar à mesa [com infetados]», adianta Pedro Silvério Marques.

Por isso, o diretor do CAD defende melhorias na legislação antidiscriminação, incluindo um artigo sobre a discriminação em ambiente familiar ou social e abrindo a porta a transformar este crime num crime público, para que qualquer um possa denunciar situações de que tenha conhecimento ou que presencie.